Reflexiones entre Marcia Lopes y Sandra Maria Fodra respecto la gestión educativa en Sao Paulo (Brasil)

A professora Márcia Lopes Reis, doutora em Sociologia (Universidade de Brasília, 1999) e professora e pesquisadora da Universidade Estadual Paulista 'Julio de Mesquita Filho' (UNESP), com sede em Bauru, São Paulo, Brasil, faz parte do RedAGE e da entrevista gestora Sandra Maria Fodra (Secretaria de Educação do estado de São Paulo) para caracterizar o contexto de relativa autonomia em que as práticas dos gestores podem ser caracterizadas.
Embora as condições das relativas ações de gestão tenham sido tipificadas no contexto das escolas brasileiras, este artigo destaca detalhes dessa condição na contemporaneidade.
Boas reflexões!

A estrutura educacional do estado de São Paulo é muito complexa e este artigo de opinião é uma entrevista com a professora Sandra María Fodra, gerente do projeto com outros colegas diretores e coordenadores de São Paulo no Brasil. A ênfase do processo de gestão, as condições de autonomia são muito relativas e a crise do processo de gestão política representa os reflexos da pesquisa do autor.

Sandra María Fodra possui formação acadêmica em Bacharelado em Comunicação Social e História, Mestrado em Educação - Currículo e atualmente Doutorado em Psicologia Escolar e Desenvolvimento Humano na linha de pesquisa em Psicologia Escolar, Educação e Políticas Públicas.
Para começar, vamos contextualizar: a rede educacional do estado de São Paulo, na qualidade de gestora do projeto, sua abrangência atingiu aproximadamente 5.100 escolas, uma média de 10.000 diretores escolares, 182 gestores comunitários em 91 Diretorias Regionais de Educação e atingindo 3.500.000 estudantes. É difícil contar a data finita do número de projetos geridos pelo Secretariado devido ao número de equipas a trabalhar e o diálogo entre elas é escasso. Uma condição que Sandra Fodra destaca em sua pesquisa é que no Estado prevalece uma condição de desconhecimento entre as escolas da rede e os projetos propostos pela Secretaria.

Nesse sentido, parece não haver autonomia dos gestores porque todas as atividades escolares são enviadas pela Secretaria de Educação (SEDUC) do estado de São Paulo e, previamente, preparadas. Não há discussão sobre as necessidades das escolas e dos educadores, tudo é decidido no nível da secretaria com base nos interesses do secretário em cada momento. A falta de autonomia é profunda na rede paulista, uma vez que as escolas recebem até cadernos e listas de slides para os professores reproduzirem para os alunos.

Segundo a entrevistada, Sandra Fodra, o paradoxo é que a participação do conselho escolar é essencial para o sucesso de qualquer projeto na escola, mas como as demandas escolares são gigantescas e não há funcionários para apoiar as atividades, os diretores não conseguem realizar todas deles. Por isso, ela propõe que a SEDUC  pense em projetos que sejam necessários ao contexto e às necessidades da própria escola. Da mesma forma, as diretorias regionais e escolares sempre carecem da quantidade de informações que a Secretaria exige em seu sistema, denominado Secretaria Escolar Digital, que visa monitorar e controlar todas as atividades escolares.

O cenário macrossociológico pode ser observado a partir da contextualização das políticas educacionais brasileiras que foram criadas com base em pressupostos neoliberais, que visam reduzir o papel do Estado, a privatização das instituições públicas e a gestão dos serviços sociais por parte de instituições privadas. Em São Paulo, especificamente, o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), que governou o estado por 27 anos, implementou a cultura empreendedora nas escolas públicas estaduais, por meio de avaliações em larga escala, uso de dados, currículos padronizados e gestão do desempenho profissional. Há estagnação nos salários dos funcionários e perda de direitos adquiridos através de planos de carreira criados pelos governadores dos partidos.

Desse modo e nesse contexto, a educação não é uma atividade humanizadora. O foco das atividades escolares passa a ser o “resultado”, sem considerar que o período escolar se desenvolve por meio de “processos”. Os programas e projetos implementados pela SEDUC são definidos por institutos e fundações financiados com capital privado, cumprindo o objetivo de reduzir a participação do Estado nas políticas sociais e disseminar a cultura de racionalização de custos, empreendedorismo, meritocracia e competência nas práticas escolares. A precária condição das escolas públicas aponta para a privatização.

Ao final, a gestão das escolas públicas ficou reduzida ao papel de gestor contratado para executar tarefas previamente determinadas e monitoradas pelo sistema digital do Ministério da Educação.

 

Marcia Lopes Reis
Universidade Estadual Paulista 'Julio de Mesquita Filho' (UNESP)

Compartir: 

Contenido relacionado